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Crédito: Reprodução da Internet
São Francisco de Assis, celebrado em 4 de outubro, é um dos santos mais amados e inspiradores da história da Igreja. Filho de um rico comerciante de Assis, ele experimentou uma conversão radical que o afastou do conforto e da vaidade mundana para abraçar a pobreza evangélica. Francisco não apenas vestiu roupas simples; ele viviu a pobreza como caminho de liberdade e de confiança absoluta em Deus, ensinando que a verdadeira riqueza está no amor e na entrega. Sua vida é um convite a todos os cristãos para redescobrir a alegria de seguir Jesus sem amarras ao mundo.
Francisco nasceu em 1182 e desde jovem demonstrou alegria, espontaneidade e compaixão. Entretanto, após experiências que confrontaram sua alma com o sofrimento alheio, ele decidiu abandonar a vida de luxo e se dedicar totalmente a Deus. Fundou a Ordem dos Frades Menores, confirmada pelo Papa Honório III, que orientava os irmãos a obedecer, viver em castidade e abraçar a pobreza integral, dedicando-se ao serviço dos mais pobres e à pregação do Evangelho. Sua coragem de abandonar tudo em nome de Cristo marcou profundamente a Igreja medieval e permanece como exemplo vivo até hoje.
A Regra dos Frades Menores e o Testamento de São Francisco são mais que normas; são guias espirituais que orientam a vida em fraternidade e em fidelidade ao Evangelho. A Regra, aprovada em 1223, estabelece o caminho da pobreza, obediência e penitência. O Testamento, escrito pouco antes de sua morte, revela a preocupação de Francisco com a autenticidade da vida franciscana, pedindo que os irmãos observem suas instruções “mais catholicamente”. Esses textos não ensinam apenas práticas externas: ensinam como viver a fé com coerência, amor e simplicidade.
O Cântico das criaturas é talvez a expressão mais bela da espiritualidade franciscana. Nesse hino, Francisco louva Deus através do Sol, da Lua, do vento, da água, da terra e de todos os seres. Ele nos lembra que toda a criação é sacramento do Criador, um reflexo da beleza divina. Esta visão não é apenas poética; é teologia prática, confirmada pelo Magistério contemporâneo na encíclica Laudato si’, que retoma o espírito de Francisco ao abordar a ecologia integral e a opção pelos pobres. Francisco nos ensina que cuidar da criação é, na verdade, obedecer a Deus e amar o próximo.
São Francisco foi canonizado em 1228, apenas dois anos após sua morte, pelo Papa Gregório IX. A rapidez da canonização mostra o impacto imediato de sua vida, marcada por santidade, humildade e caridade. Desde então, ele é lembrado como modelo de santidade acessível, capaz de transformar o coração de todos os que se aproximam de sua história. Francisco permanece um espelho da autenticidade evangélica: sua fama de santidade não é fruto de lenda, mas de coerência e amor concretos.
A herança franciscana vai além das ordens religiosas: movimentos leigos, obras sociais, iniciativas de cuidado com o meio ambiente e pregações populares carregam seu espírito. Manter viva essa tradição significa seguir os princípios de pobreza, alegria e fraternidade, mas também responder às urgências do nosso tempo: desigualdade, destruição ambiental, solidão espiritual. O testemunho franciscano não é nostalgia; é profecia viva, chamando à conversão e à prática do amor concreto.
Ser franciscano não exige hábito ou votos; exige decisão. Significa olhar com prioridade para os pobres, praticar a simplicidade, cuidar da criação e viver em fraternidade. Pequenos gestos — compartilhar, perdoar, rezar pelo mundo, louvar as criaturas — são formas de encarnar o Evangelho. A santidade franciscana transforma relações e ações, não apenas sentimentos.
Francisco ensinou com gestos e palavras simples, mas profundamente espirituais. Seu louvor constante a Deus, sua atenção aos pobres e seu respeito por toda criatura nos desafiam a viver o Evangelho em plenitude. Como ele cantou: “Laudato si’, mi’ Signore” — “Louvado sejas, meu Senhor”. Que esta memória de 4 de outubro nos inspire: menos apego ao mundo, mais confiança em Deus; menos posse, mais serviço; menos egoísmo, mais fraternidade. São Francisco continua a nos chamar para uma vida de amor radical, alegria verdadeira e entrega total ao Criador.