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Relíquias

Crédito: Reprodução da Internet

Qual a importância das relíquias dos santos?

Deus se serve da matéria para tocar o coração do homem — e nos corpos dos santos, Ele continua operando maravilhas por meio das relíquias

A presença viva dos santos através de seus restos e objetos

Ao longo dos séculos, a Igreja Católica tem venerado as relíquias dos santos com profundo respeito e fé. Essa prática não é uma superstição medieval ou uma devoção marginal: é um ato profundamente enraizado na Tradição da Igreja, sustentado pelo Magistério, vivificado pela liturgia e corroborado por inúmeros milagres e curas documentadas. As relíquias são, para o católico fiel, sinais concretos da comunhão dos santos e instrumentos pelos quais Deus, por sua livre vontade, opera graças extraordinárias.

O que são relíquias? Classificações e doutrina

Relíquias são os restos mortais de santos canonizados ou objetos que estiveram em contato direto com eles. Tradicionalmente, elas são classificadas em três graus:

  • Primeira classe: partes do corpo do santo, como ossos, sangue, carne, cabelo.
  • Segunda classe: objetos que pertenceram ao santo, como roupas, instrumentos de penitência, rosários.
  • Terceira classe: objetos que tocaram uma relíquia de primeira classe ou o túmulo do santo.

A veneração das relíquias não é idolatria, como alguns alegam de forma ignorante ou mal-intencionada. O Concílio de Trento (sessão XXV) afirmou com clareza:

Os santos, que reinam com Cristo, devem ser venerados e invocados, e suas relíquias honradas com piedosa veneração.

O Catecismo da Igreja Católica ensina no parágrafo 1674:

Além da liturgia, a vida cristã se nutre das diversas formas de piedade popular, enraizadas nas diferentes culturas. […] Entre estas expressões, a veneração das relíquias ocupa um lugar legítimo.”

A veneração das relíquias

Longe de ser uma invenção posterior, a veneração dos restos dos santos tem raízes já nas Escrituras:

  • 2 Reis 13,20-21: um homem morto é lançado sobre os ossos do profeta Eliseu e ressuscita imediatamente.
  • Atos 19,11-12: “Deus fazia milagres extraordinários pelas mãos de Paulo, a ponto de se levarem aos enfermos lenços e aventais que tinham tocado seu corpo, e os males desapareciam e os espíritos malignos saíam.”

A Igreja, desde os tempos apostólicos, viu nesses relatos não apenas fatos históricos, mas sinais de que Deus age através dos corpos de seus santos, mesmo após a morte.

Os primeiros cristãos e as relíquias

Os primeiros cristãos recolhiam com grande reverência os restos dos mártires. As Atas do Martírio de São Policarpo (†155) narram como os fiéis resgataram seus ossos após ele ser queimado vivo e os guardaram como “mais preciosos que pedras finas e mais estimáveis que o ouro”.

As catacumbas, que ainda hoje impressionam por sua espiritualidade, eram locais onde os cristãos celebravam a Missa sobre os túmulos dos mártires — uma prática que deu origem à tradição, mantida até hoje, de inserir relíquias nos altares.

Relíquias e milagres: fatos documentados

Ao longo dos séculos, inúmeros milagres foram atribuídos à intercessão dos santos por meio de suas relíquias. Esses acontecimentos, longe de serem lendas, foram investigados pela Igreja com critérios rigorosos.

O sangue de São Januário

Em Nápoles, o sangue de São Januário, guardado em um relicário, liquefaz-se misteriosamente diversas vezes por ano — um fenômeno estudado por cientistas, ainda sem explicação natural. Quando o milagre não ocorre, é geralmente interpretado como um sinal de desgraça iminente (como aconteceu antes da Segunda Guerra Mundial e do terremoto de 1980).

Relíquias de Santa Teresa de Lisieux

O relicário com os ossos de Santa Teresinha do Menino Jesus já percorreu dezenas de países. Por onde passa, relatos de conversões, curas físicas e espirituais surgem em profusão. Um exemplo registrado pela arquidiocese de Los Angeles foi a cura repentina de um jovem com leucemia terminal, após sua mãe colocar um lenço tocado na relíquia sobre o corpo dele.

O corpo incorrupto de Santa Bernadette

O corpo de Santa Bernadette Soubirous, vidente de Lourdes, permanece incorrupto mais de 140 anos após sua morte. Médicos e peritos forenses declararam, em relatórios oficiais, que não há explicação natural para o estado de preservação de seu corpo. A basílica em Nevers, onde está exposto, é local de intensa peregrinação.

Os critérios da Igreja: prudência e investigação

A Igreja Católica nunca canoniza um santo ou reconhece oficialmente uma relíquia sem criteriosa investigação. A Congregação para as Causas dos Santos exige documentação médica e testemunhal sólida para validar qualquer milagre atribuído à intercessão de um santo. Em muitos casos, uma cura deve ser:

  • Instantânea
  • Duradoura
  • Inexplicável pela ciência médica
  • Atribuída com certeza moral à intercessão do santo

Muitos dos milagres aprovados para beatificações e canonizações ocorrem em contexto de veneração de relíquias.

Por que Deus realiza milagres através das relíquias?

Porque Ele assim o quer. Deus, na sua infinita liberdade e pedagogia, utiliza meios materiais para alcançar realidades espirituais — como faz com a água no batismo, o pão e o vinho na Eucaristia, o óleo na unção dos enfermos. Da mesma forma, utiliza os corpos dos santos como canais de sua graça.

Santo Tomás de Aquino, na Suma Teológica (III, q.25, a.6), explica:

Os corpos dos santos são membros de Cristo e templos do Espírito Santo. Portanto, a Igreja os venera com justa razão, e Deus, por sua bondade, realiza sinais e curas por meio deles.

A comunhão dos santos: doutrina viva

A veneração das relíquias não tem nada a ver com adoração, mas é expressão da doutrina da comunhão dos santos, professada no Credo. Os santos não estão mortos, mas vivos em Cristo, e nos acompanham com sua intercessão e presença espiritual. Suas relíquias são, por assim dizer, pontes concretas entre o Céu e a Terra.

Um tesouro a redescobrir

Muitos desprezam o corpo e desvalorizam o sobrenatural, mas as relíquias dos santos nos lembram que o cristianismo é uma fé encarnada, onde Deus age no tempo e no espaço, inclusive por meio da matéria. A veneração das relíquias não é uma devoção opcional, mas uma expressão legítima e preciosa da fé católica.

Quem toca uma relíquia com fé, toca também a realidade do Céu.

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