USD | R$5,3988 |
|---|
Crédito: resgatejulianamarins/Instagram
O desaparecimento da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, em uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, terminou de forma trágica nesta terça-feira (24). Após quatro dias de buscas intensas, equipes de resgate localizaram o corpo da jovem no interior da cratera do vulcão. Juliana, natural do Rio de Janeiro e moradora de Niterói, viajava pelo Sudeste Asiático desde o início do ano.
Juliana participava de uma expedição de subida ao Rinjani, um dos vulcões mais altos e conhecidos da Indonésia, com 3.726 metros de altitude. A queda aconteceu na madrugada do último sábado (21), enquanto ela fazia o percurso pelo lado norte da montanha, seguindo a rota conhecida como “Senaru Trail”.
De acordo com relatos divulgados pela imprensa local e confirmados por órgãos de resgate, a jovem começou a apresentar sinais de exaustão durante a escalada e pediu para parar e descansar. O guia responsável, no entanto, optou por seguir com o restante do grupo até o cume, com a promessa de retornar para buscá-la.
Quando o guia voltou ao ponto onde Juliana havia sido deixada, ela já não estava mais lá. Segundo testemunhas, foi possível ouvir gritos na montanha pouco depois da queda. Alguns turistas disseram ter avistado uma pessoa imóvel, em posição agachada, dentro da cratera.
Desde o momento da queda, a operação de resgate enfrentou uma série de desafios. O terreno íngreme, instável e coberto por rochas soltas dificultou o acesso das equipes. A área onde Juliana estava era de difícil alcance por terra, com declives acentuados e risco constante de deslizamentos.
Ao todo, mais de 50 pessoas participaram da missão, incluindo agentes da polícia, bombeiros, militares e especialistas em resgate em áreas montanhosas. O trabalho contou ainda com o uso de drones e helicópteros para localização e transporte de equipamentos.
No domingo (22), os drones conseguiram localizar Juliana, ainda com sinais de vida. Ela foi vista sentada e imóvel, sem conseguir se mover. As imagens mostravam que ela estava em um ponto de difícil acesso, encurralada entre as paredes íngremes da cratera.
Ao longo dos dias seguintes, as equipes tentaram abrir caminho até o local onde ela estava, usando cordas e equipamentos de escalada industrial. Mas o avanço foi lento. A neblina densa e a falta de visibilidade obrigaram os socorristas a interromper as tentativas por várias vezes.
A família de Juliana, que acompanhava tudo à distância, criticou duramente a lentidão das operações nas primeiras 24 horas. Segundo os parentes, houve falhas graves no início da resposta ao acidente, e a falta de preparo técnico das equipes locais agravou a situação.
Nas redes sociais, amigos e familiares fizeram apelos públicos pedindo reforço nas buscas. A Embaixada do Brasil em Jacarta também passou a monitorar de perto o caso, mantendo contato com as autoridades indonésias e oferecendo suporte à família.
Na manhã desta terça-feira (24), as equipes finalmente conseguiram alcançar o local onde Juliana estava. Infelizmente, ela já não apresentava sinais vitais. As autoridades indonésias confirmaram o óbito, informando que a causa provável da morte foi o trauma múltiplo causado pela queda de aproximadamente 300 a 500 metros.
O corpo da brasileira foi removido da cratera após horas de trabalho. O transporte até a base da montanha foi feito com o auxílio de helicópteros. Agora, a expectativa é que os trâmites legais para o translado do corpo de volta ao Brasil sejam concluídos nos próximos dias.
O Monte Rinjani é uma das atrações turísticas mais procuradas por mochileiros e aventureiros na Indonésia. A trilha que leva ao cume é conhecida tanto pela beleza quanto pelo grau elevado de dificuldade. A região já registrou outros acidentes fatais nos últimos anos, envolvendo turistas de diferentes nacionalidades.
Autoridades locais afirmaram que, diante do novo caso, irão revisar os protocolos de segurança para excursões no vulcão. Uma das questões que já está sendo levantada é a necessidade de aumentar a fiscalização sobre as agências de turismo e os guias responsáveis pelas expedições.
Juliana Marins estava realizando o sonho de viajar pela Ásia, compartilhando sua experiência nas redes sociais. Conhecida por sua energia e espírito aventureiro, ela acumulava seguidores que acompanhavam suas postagens com fotos de praias, templos e paisagens naturais.
A morte da jovem causou grande comoção no Brasil. Amigos e familiares publicaram mensagens de luto, homenagens e pedidos de orações. Nas redes, o caso também abriu espaço para um debate sobre os riscos de viagens solo, a importância de guias capacitados e os limites de segurança em atividades de turismo de aventura.
Agora, a família se concentra nos preparativos para o traslado e para a despedida. O Itamaraty informou que continuará prestando apoio.