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Pobreza

Crédito: Reprodução da Internet

Pobreza, castidade e obediência: Os três conselhos de perfeição

Pobreza, castidade e obediência: o caminho que liberta para viver totalmente em Deus

Na vida da Igreja, há um caminho específico pelo qual alguns fiéis são chamados a seguir Cristo mais de perto: o caminho dos conselhos evangélicos. Pobreza, castidade e obediência não são apenas votos religiosos, mas expressões radicais de amor a Deus e renúncia voluntária de bens, prazeres e vontade própria, para que Cristo seja o centro absoluto da existência. Desde os primeiros séculos, estes conselhos foram reconhecidos como meios de alcançar a “perfeição da caridade”, conforme ensinou Nosso Senhor e confirmou o Magistério da Igreja.

O que a Igreja entende por conselhos evangélicos

O termo “conselho” não significa mera sugestão opcional sem importância, mas orientação dada pelo próprio Cristo no Evangelho, destinada àqueles que desejam seguir mais de perto o seu exemplo. São diferentes dos mandamentos, pois estes obrigam a todos, enquanto os conselhos evangélicos são livremente assumidos por quem quer entregar-se inteiramente a Deus. O Catecismo da Igreja Católica (§915) afirma: “Os conselhos evangélicos, na sua multiplicidade, são propostos a todo discípulo de Cristo. A perfeição da caridade à qual todos os fiéis são chamados implica, para aqueles que livremente acolhem o chamado à vida consagrada, a obrigação de praticar a castidade no celibato, a pobreza e a obediência.” Assim, não são preceitos universais, mas caminhos seguros de santificação para aqueles que professam a vida religiosa.

Pobreza: a liberdade de quem nada possui, mas tudo recebe de Deus

A pobreza evangélica é um despojamento voluntário dos bens materiais, inspirado no exemplo de Cristo, que “sendo rico, fez-se pobre por nós” (2Cor 8,9). Não se trata de miséria forçada, que é uma condição injusta e fruto do pecado social, mas de renúncia livre que liberta o coração da escravidão do dinheiro e do apego às coisas. São Francisco de Assis, “o pobrezinho de Cristo”, é o ícone desse conselho, vivendo sem propriedade para depender unicamente da Providência divina. O Magistério, em documentos como a Perfectae Caritatis (n. 13), enfatiza que a pobreza religiosa deve ser real e concreta, manifestada em um estilo de vida simples, sem luxo, e sempre aberta à partilha com os pobres. Essa pobreza não é estéril: é fecunda porque enche o coração de disponibilidade para Deus e para o próximo.

Castidade: amor indiviso a Cristo e ao seu Reino

A castidade no celibato consagrado é a entrega total do coração a Deus, renunciando ao matrimônio e à vida sexual para viver exclusivamente para Cristo e seu Reino. Jesus mesmo falou sobre aqueles que se fazem “eunucos por causa do Reino dos Céus” (Mt 19,12). O Catecismo (§2349) ensina que a castidade consagrada “é sinal deste mundo futuro, em que nem se casam nem são dados em casamento”. Ela é fruto do amor e não do desprezo pela sexualidade, pois a Igreja vê a sexualidade como dom de Deus; a renúncia não nega esse dom, mas o oferece de volta ao Criador. São João Paulo II, na Vita Consecrata (n. 88), afirmou que a castidade “torna o consagrado livre para amar a todos com o coração de Cristo”. É também um testemunho escatológico: aponta para a realidade última, em que Deus será “tudo em todos” (1Cor 15,28).

Obediência: conformar a própria vontade à vontade de Deus

A obediência evangélica é a renúncia à própria vontade para seguir a de Deus, manifestada através dos legítimos superiores e das regras da vida religiosa. Cristo é o modelo supremo, pois “tornou-se obediente até à morte, e morte de cruz” (Fl 2,8). Obedecer não significa anular a liberdade, mas elevá-la ao grau mais perfeito: a liberdade de quem escolhe amar e confiar totalmente na Providência. O Concílio Vaticano II, na Perfectae Caritatis (n. 14), ressalta que a obediência deve ser vivida na fé e no amor, não como submissão cega, mas como busca comum da vontade de Deus. Na tradição monástica, especialmente com São Bento, a obediência é considerada uma virtude que molda todo o caráter, tornando o religioso dócil à ação do Espírito Santo.

A harmonia inseparável dos três conselhos

Embora distintos, pobreza, castidade e obediência formam uma unidade espiritual. A pobreza liberta dos bens; a castidade liberta dos apegos afetivos desordenados; a obediência liberta do egoísmo da própria vontade. Juntos, esses conselhos configuram o religioso a Cristo pobre, casto e obediente. A Lumen Gentium (n. 44) ensina que “pela profissão dos conselhos evangélicos, a pessoa se entrega totalmente a Deus, amado acima de todas as coisas, para que, unida a Ele de modo novo e especial, possa dedicar-se ao serviço e à edificação da Igreja”. Assim, longe de afastar o consagrado do mundo, esses votos o tornam mais presente, mais disponível e mais eficaz na missão evangelizadora.

Valor para todos os cristãos

Mesmo sendo um estado de vida próprio da vida consagrada, os conselhos evangélicos têm valor espiritual para todos os fiéis. De algum modo, todo cristão é chamado a viver o desapego dos bens, a pureza do coração e a docilidade à vontade de Deus. São João Paulo II, na Redemptionis Donum (n. 11), lembra que o testemunho dos consagrados é um “sinal visível para todos” e que os conselhos evangélicos são “uma expressão radical da vocação batismal à santidade”. Por isso, quem vive no matrimônio, no sacerdócio diocesano ou no mundo leigo também é convidado a aprender dos consagrados o espírito destes votos, adaptando-os à própria vocação.

Um chamado que transforma a Igreja e o mundo

Pobreza, castidade e obediência não são práticas de uma minoria isolada, mas um dom que Deus concede à Igreja para sua santificação e missão. Eles são faróis que apontam para a realidade eterna, corrigem o curso das ilusões mundanas e mostram que a verdadeira liberdade está em pertencer inteiramente a Deus. Ao longo da história, os santos que abraçaram esses conselhos tornaram-se sinais vivos do Reino, transformando não apenas os mosteiros, mas também a cultura, a ciência, a arte e a vida social. A vida consagrada, enraizada nesses três pilares, permanece, como sempre, uma das forças mais silenciosas e poderosas na edificação da Igreja e na salvação das almas.

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