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São Simão e São Judas

Crédito: Reprodução da Internet

Simão e Judas Tadeu: O zelo e a fidelidade que edificaram a Igreja

São Simão e São Judas Tadeu mostram que a grandeza do cristão se revela na fidelidade a Cristo e no testemunho até o martírio

A dupla celebração que remonta às origens da fé

A cada 28 de outubro, a Igreja Católica celebra a memória litúrgica de São Simão e São Judas Tadeu, dois apóstolos de Cristo que, embora discretos nas Escrituras, deixaram uma marca profunda na vida eclesial. Desde os primeiros séculos, as comunidades cristãs do Oriente e do Ocidente os recordam juntos — não apenas por terem evangelizado lado a lado, mas também, segundo a tradição, por terem derramado o sangue por Cristo no mesmo dia. Essa união espiritual atravessa séculos e continua viva na liturgia, nas igrejas que levam seus nomes e nas devoções que florescem sob sua intercessão.

Celebrar esses dois apóstolos é retornar às origens da Igreja, às colunas que sustentam o edifício espiritual erguido por Cristo e transmitido até hoje pela sucessão apostólica. Como lembra o Catecismo da Igreja Católica, “os apóstolos são os fundamentos da Igreja, escolhidos pelo próprio Cristo” (CIC, 857).

Quem foram — e o que o Evangelho realmente diz sobre eles

Dos doze apóstolos, Simão e Judas Tadeu estão entre os menos conhecidos. O Evangelho os cita apenas nos catálogos apostólicos (cf. Mt 10,2-4; Mc 3,13-19; Lc 6,12-16; At 1,13).

Simão recebe o epíteto de Cananeu em Mateus e Marcos e de Zelote em Lucas. “Cananeu”, derivado do aramaico qan’an, e “Zelote”, do grego zelotes, significam o mesmo: “zeloso”.

Judas Tadeu é identificado como “filho de Tiago” (Lc 6,16) e é o mesmo que, no Evangelho de João, durante a Última Ceia, faz a pergunta que revela seu coração sincero e inquieto: “Senhor, por que razão te manifestarás a nós e não ao mundo?” (Jo 14,22). Essa pergunta recebe de Cristo uma das respostas mais densas de todo o Evangelho: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos morada” (Jo 14,23). Judas Tadeu, com sua pergunta, provocou uma das mais belas declarações sobre a presença da Santíssima Trindade na alma fiel.

A missão além de Jerusalém

A Tradição Apostólica, confirmada por Padres e cronistas antigos, relata que Simão e Judas Tadeu evangelizaram juntos após Pentecostes. Segundo Eusébio de Cesareia, São Simão teria pregado no Egito e depois unido-se a Judas Tadeu na Pérsia, onde ambos anunciaram o Evangelho entre povos pagãos, enfrentando perseguições violentas.

Fontes medievais, como o Breviário Romano, conservaram o testemunho de que os dois foram martirizados no mesmo dia, um ao lado do outro, selando com o sangue a amizade e o apostolado. Por isso a Igreja os celebra juntos, unidos não apenas pela missão, mas pela cruz.

A tradição romana afirma que suas relíquias foram levadas a Roma, depositadas sob o altar maior da Basílica de São Pedro. A presença de seus corpos junto ao túmulo do Príncipe dos Apóstolos simboliza a comunhão inquebrável dos Doze, pedras vivas do edifício espiritual da Igreja.

O apóstolo das causas impossíveis

Entre os fiéis, São Judas Tadeu tornou-se um dos santos mais amados do mundo. Sua fama de intercessor em casos impossíveis nasceu da devoção popular, especialmente no Ocidente, a partir do século XVIII. O título de “santo das causas desesperadas” tem raízes teológicas profundas: deriva do fato de Judas Tadeu ter sido um dos apóstolos menos lembrados, por causa da semelhança do nome com Judas Iscariotes.

O fiel que recorre a ele reconhece, assim, a misericórdia divina que redime até o esquecimento humano. O Papa São João Paulo II, em uma de suas catequeses sobre os apóstolos, destacou que Judas Tadeu “recorda a cada cristão a necessidade de permanecer fiel mesmo quando o reconhecimento do mundo desaparece”.

Rezar a São Judas é um ato de confiança na comunhão dos santos, expressão da fé no poder da graça que opera nos membros do Corpo de Cristo.

A carta de São Judas e sua atualidade doutrinal

A breve Epístola de Judas, situada no final do Novo Testamento, é atribuída pela Tradição ao próprio apóstolo. Nela, o autor denuncia com vigor as falsas doutrinas e a corrupção moral que já ameaçavam as primeiras comunidades cristãs.

Ele exorta os fiéis: “Combatei pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3). Essa frase resume o núcleo da doutrina católica sobre a Tradição: a fé apostólica não é invenção nem mutável — é depósito confiado à Igreja e transmitido integralmente (cf. Dei Verbum, 10).

Em tempos de confusão moral e relativismo doutrinal, a voz de São Judas soa atualíssima. Ele adverte: “Estes são os que provocam divisões, homens sensuais, que não têm o Espírito” (Jd 19). A firmeza dessa epístola é um lembrete de que a caridade autêntica nasce da verdade e que a fidelidade à fé apostólica é o maior ato de amor à Igreja.

São Simão, o apóstolo do zelo santo

São Simão, por sua vez, é modelo do zelo purificado pela graça. O título de Zelote recorda sua disposição ardente e corajosa — uma qualidade que, redimida em Cristo, transforma-se em caridade missionária.

A Igreja o vê como símbolo do cristão que luta contra a indiferença, que não se contenta com uma fé morna. Como escreveu São Beda, o Venerável, “Simão foi chamado Zelote porque desejou com todas as forças a justiça de Deus, e por ela consumiu sua vida”.

Em tempos em que o entusiasmo pela fé parece rarear, São Simão recorda a necessidade de um zelo inflamado, mas ordenado, que brota da humildade e se traduz em obras concretas de evangelização e caridade.

A presença deles na liturgia e na espiritualidade

A liturgia do dia 28 de outubro expressa com sobriedade e força o sentido da missão apostólica. A antífona de entrada reza: “Estes são os santos homens que o Senhor escolheu com amor e deu-lhes uma glória eterna.”

A celebração conjunta de Simão e Judas é uma catequese viva sobre a unidade da missão apostólica: dois homens diferentes, um zeloso e outro contemplativo, unidos pelo mesmo Senhor, pela mesma fé e pelo mesmo martírio. É também um convite à comunhão eclesial — à superação das diferenças em prol da fidelidade ao Evangelho.

Nos ofícios monásticos e paróquias, a festa de 28 de outubro é ocasião propícia para pedir aos santos apóstolos que sustentem a Igreja nas tempestades do tempo presente.

O que esses apóstolos ensinam ao cristão de hoje

  1. Fidelidade no anonimato: a santidade não precisa de palco; ela floresce no silêncio da fidelidade cotidiana.
  2. Coragem na missão: evangelizar é sempre sair de si mesmo, ir ao encontro do outro, mesmo quando isso custa a própria vida.
  3. Confiança nas causas impossíveis: quando tudo parece perdido, a fé recorda que nada é impossível para Deus.
  4. Zelo pela verdade: amar a Igreja é defendê-la da mentira, da confusão e da tibieza espiritual.

Dois apóstolos que sustentam silenciosamente o mundo

São Simão e São Judas Tadeu permanecem como colunas silenciosas do edifício da Igreja. Não escreveram tratados nem ocuparam tronos, mas sustentaram com sua fé e martírio a missão de Cristo. O esquecimento dos homens não os apagou; pelo contrário, fez brilhar ainda mais a glória de sua fidelidade.

Celebrá-los é recordar que a Igreja vive do testemunho dos fiéis que perseveram — os que anunciam com coragem, servem com humildade e morrem com esperança.

Como diz a oração da Missa do dia: “Ó Deus, que por meio dos apóstolos nos trouxestes ao conhecimento do vosso nome, concedei que, pela intercessão de São Simão e São Judas, a Igreja continue a crescer sempre mais entre as nações.”

E assim, de geração em geração, a fé que eles anunciaram segue viva, guardada, celebrada e transmitida — até o fim dos tempos.

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